As transações financeiras instantâneas estão chegando! Seguindo os avanços trazidos pelas fintechs, o Banco Central do Brasil (Bacen), lançou o PIX. Trata-se de um novo método de transferência que entra em uso a partir de novembro e os bancos já começaram a pré-cadastrar seus clientes.
Assim, o PIX se apresenta como uma nova forma de fazer pagamentos e transferências, que não depende exclusivamente de uma conta corrente em banco. Para você que está interessado, vamos te mostrar o passo a passo de como usar esse novo método de transferência.
Continue lendo para saber como ter acesso ao PIX.
O que é PIX?
Como já mencionamos, o PIX é um sistema de transferências de dinheiro e pagamentos instantâneos que, quando em funcionamento, permitirá que os usuários façam transações 24 horas por dia, inclusive em fins de semana e feriados. Essa é a grande vantagem dessa forma de pagamento.
No entanto, é preciso levar em conta que essa não é apenas mais uma mera modalidade de serviço: o PIX também promete outros avanços importantes que podem mudar toda a dinâmica do mercado financeiro no Brasil.
Segundo especialistas da área, essa mudança é necessária. O ecossistema bancário brasileiro é um dos mais avançados do mundo, mesmo assim, está limitado à métodos de transferências e pagamentos que já são um tanto arcaicos.
Como posso ter acesso ao PIX?
Outro ponto ponto positivo do PIX é sua facilidade, pois para você ter acesso ao PIX é bem simples. Basta conferir o passo a passo abaixo:
- 1 Passo: Consulte seu banco ou instituição financeiras sobre a disponibilização do serviço PIX;
- 2 Passo: Escolha qual dos dados servirá como chave de endereçamento no seu banco ou instituição;
- 3 Passo: Faça o pré-cadastro no aplicativo ou site da sua instituição utilizando o dado escolhido;
- 4 Passo: Aguarde o sistema entrar em operação para fazer as transferências. Isto está previsto para acontecer a partir de 16 de novembro deste ano.
Tenha em mente que o Banco Inter, Itaú, Santander e a fintech Nubank já anunciaram a integração ao PIX.
É importante destacar ainda que qualquer empresa ou pessoa física que tenha uma conta em instituição cadastrada no programa do Bacen poderá usar o PIX. Sendo assim, é preciso ter uma conta transacional (corrente, poupança, de pagamentos, etc.). Também é necessário ter mais de 18 anos (requisito para ser titular de uma conta em instituição financeira, de crédito, de pagamento, entre outras). No sistema PIX não existe a figura do dependente.
Já que as instituições de pagamento e fintechs podem se cadastrar no sistema do Bacen, o PIX não é restrito aos bancos. Contas de pagamento pré-pagas também podem ser utilizadas.
Detalhes da nova forma de pagamento
De acordo com o Banco Central, o PIX possui seis características principais. Sendo elas:
- Disponibilidade: um dos principais benefícios, as operações poderão ser realizadas 24 horas por dia, inclusive em fins de semana e feriados, como você já sabe;
- Velocidade: o valor enviado chegará ao recebedor praticamente em tempo real (ao total, a operação deve levar cerca de 10 segundos para ser concluída);
- Conveniência: foi priorizada a experiência de uso intuitiva para o usuário;
- Segurança: não é preciso ficar receoso, as transações serão baseadas na Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN) e terão como base tecnologias de proteção atuais;
- Ambiente aberto: para atingir mais pessoas, o PIX estará disponível não só para bancos como também para financeiras, fintechs e afins;
- Multiplicidade de casos de uso: o PIX permitirá transferências de qualquer valor entre pessoas e/ou empresas, pagamentos em estabelecimentos físicos ou virtuais e recolhimentos ao governo federal (impostos).
Buscando ser tão abrangente quanto promete, um sistema como esse precisa efetivamente se tornar padrão. É por isso que o Banco Central determinou que todas as instituições financeiras com mais 500 mil contas ativas deverão oferecer o PIX. Caso esse número seja menor, a participação será opcional (mas eu acho que nenhuma empresa do setor ficará de fora).
Nessa contagem entram contas correntes, poupanças e contas de pagamentos, como as que são oferecidas pelo Nubank (NuConta). Não é por acaso essa manobra: um dos objetivos do o Banco Central com o PIX é estimular a competitividade no segmento.
Cabe às instituições participar de maneira direta ou indireta. O primeiro tipo faz liquidações de transações diretamente no Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) — o “motor” do PIX. Já os indiretos precisarão de um participante direto como intermediário para realizar as transações.
Porém, bancos de varejo e múltiplos, devem, obrigatoriamente, ser participantes diretos.
Pagamentos por QR Code
Talvez você já tenha entrado em uma farmácia ou restaurante e visto uma plaquinha para pagamento via QR Code. Essa modalidade está ganhando espaço no mundo todo. No Brasil, algumas empresas como Mercado Pago e PicPay já trabalham com ela. Podemos dizer que essa é uma tendência que o Banco Central quer abraçar.
Portanto, o PIX vai suportar QR Code de dois tipos:
- QR Code dinâmico: o código é exclusivo para cada transação e, além do valor, pode incluir outras informações, como a identificação do recebedor para coibir desvios de dinheiro;
- QR Code estático: aqui, um único código vale para múltiplas transações e pode trabalhar com valor fixo ou especificado pelo pagador. Trata-se de um código que pode ser usado por um lojista ou prestador de serviços, por exemplo.
Detalhes técnicos ainda precisam ser definidos, mas de acordo com o Banco Central, o PIX estreará já com suporte ao QR Code. Pagamentos estarão funcionando, mas a função de transferência que permitirá que o usuário receba um valor lendo o código gerado pelo pagador ficará para uma nova fase — provavelmente, para 2021.
Também para 2021 estão previstos o suporte a pagamentos por aproximação (como NFC e MST).
Como o PIX vai funcionar?
A partir de 16 de novembro, os canais eletrônicos da sua instituição financeira terão o Pix como funcionalidade ativa. Basta entrar na funcionalidade, identificar o recebedor do pagamento e aprovar o pagamento com senha, biometria ou reconhecimento facial.
Quem pode fazer um Pix?
Qualquer pessoa física ou jurídica que possua uma conta transacional aberta (ou seja, conta de depósito à vista, popularmente conhecida como conta-corrente, conta de depósito de poupança ou conta de pagamento pré-paga) em um prestador de serviço de pagamento pode participar do Pix.
O que é a chave Pix?
Chave é um ‘apelido’ utilizado para identificar sua conta. Em outras palavras, ela representa o endereço da sua conta no Pix. Os quatro tipos de chaves Pix que você pode utilizar são:
- CPF/CNPJ;
- E-mail;
- Número de telefone celular; ou
- Chave aleatória.
Depois de cadastrada, a chave vincula uma dessas informações básicas às informações completas que identificam a conta transacional do cliente (identificação da instituição financeira ou de pagamento, número da agência, número da conta e tipo de conta).
Vale ressaltar que a chave não é obrigatória, mas ela facilita fazer um Pix. A chave substitui, com um dado só, aquele monte de dados (agência, conta, CPF, nome, instituição) que eram usados antes. Para cadastrar a chave, acesse os canais oficiais da sua instituição em que tem conta (app ou internet banking).
Por fim, não existe um prazo para cadastrar as chaves, o correntista pode realizar o procedimento quando quiser.
Só é possível fazer Pix usando o celular?
Não necessariamente. O Pix poderá ser disponibilizado pelas instituições participantes em diversos canais de acesso, sendo o telefone celular smartphone um desses canais. No entanto, o Banco Central acredita que o smartphone será o canal de acesso mais utilizado.
Outros possíveis canais de acesso, que podem ser oferecidos a critério de cada instituição, são: internet banking e presencialmente nas agências, nos caixas eletrônicos ou nos correspondentes bancários, como lotéricas, por exemplo.
Como fazer um pagamento pelo PIX?
Fica à critério do cliente optar por uma das formas de pagamento ou transferência de dinheiro a seguir:
1. Leitura do QR Code
Neste caso, o usuário ou estabelecimento que irá receber o valor apresentará um QR Code, que poderá ser lido com a câmera do smartphone.
Um QR Code pode ser gerado uma única vez ou para cada nova transação, dependendo da escolha do recebedor. Serão gerados pela instituição financeira ou de pagamento do recebedor, em papel ou em meio eletrônico. Como já dissemos aqui, existem dois tipos de QR Code: o QR Code Estático e o QR Code Dinâmico. Ambos servem para receber um ou mais PIX.
Saiba quais são as principais diferenças:
QR Code Estático. Possui funcionalidade limitada. Ele é recomendado para recebimentos simples. É o caso de transferências entre pessoas físicas, profissionais liberais e micro e pequenas empresas;
QR Code Dinâmico. Possui diversas funcionalidades que podem ser configuradas pelo recebedor. É recomendado para empresas e operações maiores, que demandem processos de reconciliação, integração de sistemas e automatização de processos. Este seria o caso de empresas de serviços públicos como fornecimento de luz, por exemplo.
2. Informando uma chave PIX
Utiliza a chave PIX, que servirá para a identificação de uma conta transacional; essa chave pode ser o número de celular, e-mail, CPF ou CNPJ. Será necessário informar somente um destes para realizar o pagamento.
3. Informando os dados bancários
Ainda haverá a opção de digitar os dados da conta transacional de destino, como é feito nos DOC e TED. Contudo, esse não é o padrão esperado, justamente porque o objetivo é facilitar a inserção dos dados para pagamento.
Ao concluir uma transação, um comprovante será gerado, tanto para o pagador quanto para o recebedor.
Caso sejam informados dados incorretos, o pagador será alertado sobre o motivo da não conclusão da operação. Nesse caso, a operação poderá ser refeita.
Como receber um pagamento pelo PIX?
Da mesma forma como realiza pagamentos, você também poderá receber:
- Gerando um QR Code e apresentá-lo ao pagador;
- Gerando um link e enviá-lo ao pagador;
- Informando ao pagador sua chave PIX;
- Informando seus dados bancários.
Concluída a transação, o recurso será imediatamente transferido para a conta do recebedor. Ele receberá também, em tempo real, uma mensagem confirmando o crédito.
Benefícios do PIX
Utilizar o Pix para transferências vai permitir uma série de facilidades:
- Transferir a qualquer hora do dia ou da semana
- Permitir que o recebedor tenha o dinheiro imediatamente
- Levar às pessoas serviços financeiros mais baratos
- Possibilitar que o pagador tenha o serviço prestado mais rápido (exemplo: ao pagar a conta de luz com Pix, o pagamento cai na hora na distribuidora de energia, que pode religar a luz imediatamente, sem necessidade de esperar mais tempo pela confirmação do pagamento)
Pix é seguro?
Segurança é um aspectos mais importantes e faz parte do desenho do Pix desde seu princípio. Os requisitos de disponibilidade, confidencialidade, integridade e autenticidade das informações foram cuidadosamente estudados e diversos controles foram implantados para garantir alto nível de segurança de todos os usuários.
Todas as transações ocorrerão por meio de mensagens assinadas digitalmente e que trafegam de forma criptografada, em uma rede protegida e apartada da Internet. Além disso, No Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT), componente que armazenará as informações das chaves PIX, as informações dos usuários também são criptografadas e existem mecanismos de proteção que impedem que sejam feitas varreduras das informações pessoais, além de indicadores que auxiliam os participantes do ecossistema na prevenção contra fraudes e lavagem de dinheiro.
Cuidados ao usar o Pix
Para garantir ainda mais segurança, siga alguns passos ao usar o Pix:
- Use o ambiente logado da sua instituição.
- Acesse somente canais oficiais.
- Não insira senhas e outras informações sensíveis fora dos canais oficiais da instituição em que você tem conta.
- O cadastro do número de telefone celular e e-mail depende de uma validação em duas etapas (o usuário receberá, por exemplo, um código via SMS ou e-mail que terá que ser digitado no ambiente logado da conta do usuário) e será feita uma confirmação com nova autenticação digital (potencialmente usando biometria ou reconhecimento facial)